19/11/2019 às 10h41m - Atualizado em 19/11/2019 às 11h00m
Prefeito de Camaragibe tem mandato cassado após aprovação de impeachment 5b623x
Demóstenes Meira estava afastado desde junho, quando foi preso sob suspeita crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Votação ocorreu nesta segunda (18). 2t4u3
O prefeito afastado de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), teve o mandato cassado nesta segunda-feira (18), durante a votação de impeachment na Câmara de Vereadores do município. Dos 13 vereadores da casa, 11 foram favoráveis à cassação. Eram necessários nove votos para o impeachment.
O chefe do Executivo foi preso pela Polícia Civil em junho, sob suspeita de fraude em licitação, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na sessão, que teve início pela manhã, havia pessoas com faixas com a frase "Fora Meira".
Esse foi o segundo processo de impeachment sofrido por Meira, cuja abertura foi aprovada pela Câmara de Vereadores em outubro.
O primeiro processo de impeachment foi aberto em fevereiro, após o político exigir a presença de servidores comissionados em uma prévia carnavalesca, durante o show da noiva dele, Taty Dantas, que também era secretária de Assistência Social do município. Em maio, no dia da votação do afastamento, a Justiça impediu a realização da sessão.
Demóstenes Meira foi preso em 20 de junho de 2019, durante a Operação Harpalo, da Polícia Civil. Deflagrada em março de 2019, a operação investigou a prática de crimes como fraude em licitação, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. A vice-prefeita, Nadegi Queiroz (DC), tomou posse em seguida e assumiu a gestão do município por 180 dias.
Na primeira fase, equipes policiais apreenderam carros de luxo e diversos documentos. Na ocasião, a delegada Jéssica Ramos informou que, a mando de Meira, um vereador e uma servidora pública sofreram ameaças por "saberem demais".
Na segunda fase, em junho, a delegada informou que o rombo poderia chegar a R$ 117 mil em um contrato de R$ 1,2 milhão para a manutenção de escolas municipais, em que houve dispensa de licitação.
Em outubro deste ano, o Tribunal de Justiça de Pernambuco negou o relaxamento da prisão de Meira. A decisão do relator, o desembargador Mauro Alencar, foi seguida pelos votos dos nove magistrados que estavam na sessão, ocorrida no Recife.
Comissionados em show da noiva
Em fevereiro deste ano, Meira exigiu a presença de servidores comissionados no show da noiva dele, a cantora Taty Dantas, que também ocupava o cargo de secretária de Assistência Social de Camaragibe na época. A exigência foi feita por meio de um áudio em aplicativo de mensagens, que viralizou nas redes sociais.
Na mensagem, o prefeito afirma que "quer ver todos os comissionados para dar força ao evento". Meira também disse que iria "filmar e contar" a quantidade de funcionários presentes na prévia. Depois do ocorrido, Meira foi chamado para prestar depoimento na Polícia Civil.
A repercussão do ato levou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a investigar o caso. A ação civil foi ingressada pela 2ª Promotoria de Justiça Cível de Camaragibe, que apura possíveis atos de improbidade istrativa.
Informações: G1 PE